26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1