Perfil de Carminha: a grande vilã de Avenida Brasil

Megera, sensual, inteligente, divertida, dissimulada, ambiciosa, fria e amoral. Dá um golpe em Genésio, pai de Rita, e depois a abandona num lixão. Mantém um caso amoroso com seu comparsa de golpes, Max. 



"Me inspirei naquela governadora do Alasca, a Sarah Palin, pra fazer a Carminha. Ela tem um discurso moralista, de ser essa mãe de família, baluarte da sociedade Divinense, de falar que os valores da família estão ameaçados pelos sátiros, pelos degenerados. E ela não quer sair do subúrbio, é a rainha daquele bairro. Ela não é psicopata, mas uma mulher que quer sobreviver, fugir do lixão, da miséria. E vai traçar uma linha reta para isso. Após dar o golpe no pai da Nina (Genésio, vivido por Tony Ramos), ela é capaz de jogar no lixão a criança que pode atrapalhar seu romance com o jogador de futebol. Não um lixão qualquer, mas um lixão que ela conhece, com o cara que a criou (Nilo/ José de Abreu). Ela se casa com Tufão (Murilo Benício) e bota o amante (Max/ Marcelo Novaes) dentro de casa, casado com a cunhada. E está sempre prometendo a esse amante que vai dar o golpe no marido e fugir com ele, mas nunca cumpre, porque a situação está confortável pra ela. Mas, apesar de tudo, o público vai simpatizar com ela em alguns momentos. Assim como ela ilude todo mundo naquela família, ela vai iludir um pouco o espectador."

João Emanuel Carneiro - autor da novela, sobre sua vilã, Carminha.

Adriana Esteves defende vilã de "Avenida Brasil", capaz de amor e crueldade

Por trás das vilanias da terrível Carminha, de "Avenida Brasil", bate forte o coração de Adriana Esteves, 42.

Para a atriz, apaixonada pela personagem, o papel é um "doutorado" com disciplinas sobre a psique humana, as vilãs do cinema dos anos 1950 e a sociologia da nova classe média brasileira.

"É a minha tese de cientista", ela explica à Folha, no Rio, antes de retomar a maratona de gravações. Com voz rouca e rosto abatido, Esteves conta que a jornada diária de trabalho tem durado até 12 horas."Mas estou aqui para falar da minha joia rara, a Carminha", define, talvez para evitar que o relato sobre a carga horária soe lamentoso.

Apontada nos bastidores como uma das profissionais mais responsáveis do elenco global, ela é a estrela maior da novela que, ainda no início, bate recordes de audiência. Na última segunda, o folhetim marcou 41 pontos de audiência (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP), índice que não se via nas primeiras semanas desde "Duas Caras", em 2007.

A reportagem é de Elisangela Roxo, publicada na edição deste domingo (22) da Folha. A íntegra do texto está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1079669-adriana-esteves-defende-vila-de-avenida-brasil-capaz-de-amor-e-crueldade.shtml

Adriana Esteves defende sua vilã

Adriana Esteves, que dá vida a Carminha em "Avenida Brasil" (Globo), defende a sua personagem. A atriz afirma que Carminha, embora seja vilã, é demasiadamente humana no amor que dedica ao seu filho Jorginho (Cauã Reymond), que ela chegou a abandonar no lixão. Para dar conta do papel, Adriana conta chega a passar 12 horas nos estúdios de gravação diariamente, mas nem se incomoda. Não à toa, ela trata Carminha como sua "joia rara". Para viver a personagem, ela afirma que tenta entender a psique humana e o comportamento das vilãs dos cinemas dos anos 1950. 

(Folha de S.Paulo)