Assisti essa peça em SP - outubro de 2001 e em Campinas, no dia 8 de março de 2002. Muito boa e, pra mim foi mega especial pois foi a 1ª peça q tive oportunidade de prestigiar o trabalho da Adri no teatro e ainda tive a oportunidade de falar com a Adri pela 1ª vez!
A ideia do Fã Clube nasceu em agosto de 2010. A escolha do nome foi feita com a participação de alguns fãs da Adriana, que deram sugestões. Essas sugestões foram impressa pela presidente do fã clube e enviadas para a Adriana, que escolheu o nome de seu fã clube entre os nomes sugeridos pelos fãs. Dia 25 de setembro de 2010 foi criado o Blog do FC.
Adriana Esteves
quinta-feira, 21 de julho de 2022
domingo, 5 de junho de 2022
Medida Provisória - Pré Estreia SP
Medida Provisória - Pré Estreia SP (28 de março de 2022)
Medida Provisória - Pré RJ (6 de abril de 2022)
Vídeo filmado por Taís Almeida Cardoso - Administradora Nossa Estrela
sábado, 4 de junho de 2022
quarta-feira, 1 de junho de 2022
Cinema: Real Beleza
Real Beleza - Corujão (Rede Globo) às 02h30 - 18 de dezembro 2021
As Meninas
Tiradentes
Exibição do filme Real Beleza no canal pago Prime - 11/02/20
Real Beleza - Telecine Touch - 9 de agosto de 2018
Real Beleza em Portugal - 4 de agosto de 2018
Imagem enviada por Isabel Sousa Dias - Lisboa (Portugal)
Real Beleza (18:20 -20h) no Telecine Touch - 29 de junho de 2016
Fic Beleza
Real Beleza no Canal Brasil
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(
Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana
Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas,
surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no
filme "Real
Beleza" -
em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o
primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma
cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana
teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é
desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente,
ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer
ele durante uma gravação do seriado "Tapas
& Beijos", acompanhada pelo
EGO.
‘Real
Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre
fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set
a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada),
a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é
menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco),
Pedro,
não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não
desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta
quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás,
passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de
verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge
Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada
homem deixa para a História: seu
conhecimento ou a beleza que
ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com
seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real
Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o
rótulo de “fútil” e tenta encontrar a
paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda
Montenegro'
O
que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado
concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João,
um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem
candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria,
uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer
sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos
faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito
subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado,
é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento
Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua)
que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove
todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos
no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do
Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com
publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a
ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma
jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre
diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também
a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem
excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana
Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se
interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais
velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos,
cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria
documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu
mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona
como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já
havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do
seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele
procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que
fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora
do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que
critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para
fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer
que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de
beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a
interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco,
que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito.
Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder
escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe”
comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem
um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo
lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das
dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da
minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era
linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do
filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher
tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem
é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine
Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o
Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma
espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é
uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de
trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria
muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda
Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma
“enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se
envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira
impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da
Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha
trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem
que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem
lê textos e poemas no filme.
De onde vem a
Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em
“Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge
Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam
soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da
sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um
filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos.
Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”,
justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir
Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas
modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória
Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco),
a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe
dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não
surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem
e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a
real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama
burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará
2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu,
a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é
imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma.
É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o
evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o
filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre
os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma
aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória
Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de
convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro
(Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina
para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um
contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo
mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo
afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do
Ceará.
"O cinema é
um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível
que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no
celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação
é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz
de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa
ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis",
diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e
pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira,
escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de
colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas,
sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que
Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à
juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra
tocar em uma cena de Saneamento
Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é
meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real
Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970,
como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou
do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama
burguês".
'Real Beleza', de Jorge
Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas
novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde
começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados).
Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para
participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma
inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não
acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha
vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola
particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho
de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não
custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a
resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no
cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do
teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido
que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na
entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando
fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir
Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem
humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no
filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de
Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João,
interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio
Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a
jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as
fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia
da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de
trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve
ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só
volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves),
mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas
telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta
protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos
que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos
que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º
Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no
próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a
primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A
previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha
de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar
ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em
"Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois
de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de
não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para
a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA,
projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital
de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de
abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com
roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio
de R$ 750 mil.
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros,
sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por
meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010.
Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais
previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas
metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de
animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo
da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do
filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de
distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou
de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram
suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a
apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o
processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a
formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada
a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política
pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de
cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995
e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o
setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica
nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos
podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para
construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção,
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre
outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria
da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e
recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e
atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é
de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os
filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de
Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no
Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens
brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a
lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim,
na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro.
Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e
30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
A escolha foi feita tomando
por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do
programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes
títulos:
"A nação que não esperou
por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix
Filmes) "Real
Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da
necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa
Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a
oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e
produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos
filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em
DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos
próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de
Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na
Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no
Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural
Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Estreia - 6 de agosto de 2015
Real Beleza
FFace
Trecho de Real Beleza
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em “Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco), a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe dela, Anita (Esteves).
"O cinema é um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis", diz Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados). Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João, interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves), mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta vão aparecer nas
telonas juntos pela primeira vez no filme "Real Beleza",
protagonizando cenas quentes. No longa, o ator vive João, um fotógrafo
em busca de modelos em cidades do interior gaúcho que acaba encontrando Maria
(Vitória Estrada). Na tentativa de convencer o pai da jovem, vivido por
Francisco Cuoco, a deixá-la seguir carreira, ele se envolve com a mãe,
dela, Anita (Adriana Esteves), quem quer levar embora junto com a
menina.
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em "Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de não ser tão bom como no passado", confessou.
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros, sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010. Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995 e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção, comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
A escolha foi feita tomando por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes títulos:
"A nação que não esperou por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix Filmes) "Real Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Real Beleza
FFace
“Foi
o nosso primeiro beijo cênico. Para não contaminar a história com a intimidade
da vida real, preferimos nem passar o texto juntos. Foi tudo uma surpresa. Mas é
sempre um prazer beijar a Adriana na frente ou atrás das câmeras”
Vladimir
ao dizer como foi contracenar com Adriana no filme
Crítica: “Real Beleza” trava um duelo de valores entre beleza e conhecimento
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Vlad ficou até mais distante e de mãos no bolso...Adri fez falta nesse evento, o Vlad e nós, fãs, sentimos muito por ela não ter podido comparecer :(Confronto :: Real Beleza
26/08/2015
A busca pelo belo, o cultivo dos afetos
e a força do desejo são ingredientes basilares da mais recente realização de Jorge
Furtado. Real
Beleza (2015) destoa dos filmes anteriores do diretor
gaúcho, pois desprovido da recorrente veia cômica e das doses ocasionais de
crítica social. Na trama, um fotógrafo que peregrina pelo interior do Rio
Grande do Sul procurando novas modelos acaba se envolvendo com a mãe
comprometida de uma das meninas. Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves, casados na vida real, interpretam essa dupla que
precisa enfrentar os desígnios do próprio querer. Francisco
Cuoco vive o marido cego, resistente quanto ao possível futuro
da filha na cidade grande. Em virtude da recepção controversa que o filme vem
tendo, com uns gostando e outros achando meio errática essa curva no cinema de Jorge
Furtado, chamamos ao Confronto da semana os críticos Leonardo Ribeiro
e Rodrigo
de Oliveira, respectivamente atacante e defensor de Real
Beleza.
Vladimir Brichta comenta repercussão da nudez de Adriana Esteves em filme
'Esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado', diz o ator sobre longa 'Real beleza'.
Aos 45 anos, Adriana Esteves exibiu boa forma no filme "Real Beleza" - em cartaz nos cinemas - e ganhou muitos elogios. No longa-metragem, ela fez o primeiro nu frontal de sua carreira, ao aparecer totalmente sem roupa em uma cena rodada com o marido, Vladimir Brichta, em um lago.
Claro que a nudez de Adriana teve repercussão nas redes sociais, mas Vladimir acredita que todo esse frisson é desnecessário. "Eu esperava isso, sim. As pessoas, surpreendentemente, ainda comentam como se fosse algo muito inusitado", limitou-se a dizer ele durante uma gravação do seriado "Tapas & Beijos", acompanhada pelo EGO.
‘Real Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves
Filme sobre fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim
como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo
é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado
que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias
como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o
Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em
busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance
proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões
que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal
de Adriana Esteves.
A trama gira em torno de João (Brichta),
que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar
como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá
muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida
para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio
padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não
ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade)
pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. "Bonitas são
todas, mas nenhuma tem o que eu procuro."
Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada), a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco), Pedro, não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta quilômetros de onde estão - outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás, passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.
Quando o personagem
de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a
menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior
da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e
ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a
filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de
Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional -
apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes,
em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.
Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam
juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004
- e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro
e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. "É
curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator,
porque como indivíduo a gente sabe", diz Brichta.
Quando Pedro
volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza:
o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para
apreciar as obras das quais é fã. "O fato de ele ser cego justifica
dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela
se torna a leitora dele", opina Brichta. "O curioso de
ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a
beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a
mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real
beleza?", completa Adriana.
A relação do
pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir
a assinar o contrato da filha, acaba se
tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o
diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo
do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de
Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. "Ele perde
a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas
várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção",
diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.
Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema
nacional, o drama romântico. Vitória
Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria.
E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se
poderia esperar.
Fonte: Veja
Filme de Jorge Furtado estreia no dia 6 de agosto nos cinemas
Qual é realmente a herança que cada homem deixa para a História: seu conhecimento ou a beleza que ele produz? É interessante ver uma questão tão subestimada ser tratada com seriedade por um diretor do calibre de Jorge Furtado, como ele faz em seu novo filme, “Real Beleza”. Ele próprio um intelectual, Furtado se embrenha numa briga contra o rótulo de “fútil” e tenta encontrar a paz entre os livros e as imagens, entre o conteúdo e as aparências.
O filme traz alguns
nomes famosos e a bênção de uma grande investidora – o que lhe rouba aquele
resquício de credibilidade quixotesca reservada aos “independentes”. Adriana
Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco lideram o elenco,
o que, na verdade, não é nada ruim – pelo contrário, Brichta está excelente
e Cuoco quase emociona. Mas não o faz: prefere botar o dedo na ferida,
sem muita piedade.
A história parece
banal: um fotógrafo viaja por cidadezinhas do interior em busca da próxima
grande modelo internacional. Durante seus testes, ele descobre alguém que lhe
chama a atenção, uma beleza diferente, mais misteriosa. O problema é que Maria
(Vitória Strada) é filha de um homem muito culto (Cuoco), que repudia
o trabalho de modelo e sonha que a garota complete seus estudos.
Quantos de nós não
pensariam o mesmo? Estude primeiro, trabalhe depois. A beleza dura pouco,
afinal. E pouco paramos para refletir sobre o que isso diz sobre nós. Não
apreciamos, então, uma boa fotografia, um livro, uma obra de arte? E fazemos o
quê com nossas pequenas bibliotecas tão cuidadosamente cultivadas?
O enredo, em si, não
impressiona tanto: algumas escolhas inesperadas são quebradas por outras mais
clichês, mas o que fica mesmo são as ideias impressas entre o que vemos (uma
biblioteca dos sonhos cujo dono ficou cego) e o que ouvimos (“tira uma foto
minha?”).
No final, “Real
Beleza” consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a
provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de
expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos
professores universitários.
Juliana
Varella redator(a)
Real Beleza
Diretor elogia Adriana Esteves: 'Lembra Fernanda Montenegro'
O que faz algo ou alguém ser bonito? Foi a partir dessa pergunta que Jorge Furtado concebeu o delicado “Real Beleza”, em que João, um fotógrafo, perde a sensibilidade para a beleza e parte em busca de uma jovem candidata a modelo que o impressione. Na jornada, encontra Maria, uma linda adolescente, mas muda a sua maneira de enxergar a beleza ao conhecer sua mãe, Anita.
“Ele descobre
diversos tipos de beleza física. E descobre também a beleza do gesto, da
palavra e da memória, entre outras”,
explica o diretor, que tem em seu currículo sucessos como “Meu Tio Matou um Cara”, “O Homem que Copiava” e o premiado
documentário “Ilha das Flores”, além dos roteiros de “Lisbela e o Prisioneiro” e
“Boa Sorte”. Nesta entrevista, Furtado
(na foto abaixo com Vladimir Brichta) conta como foi difícil escolher a
jovem Vitória Strada entre centenas de beldades para interpretar Maria
e diz que a entrega de Adriana Esteves ao interpretar é semelhante à
de Fernanda Montenegro.
O que te
levou a querer fazer um filme sobre a beleza? Ele trata apenas da beleza
física?
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado, é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua) que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove todos nós.
O filme fala dos vários tipos de beleza. A ideia foi investigá-la. O que nos faz achar algumas coisas bonitas e outras não? Esses motivos são muito subjetivos, mudam de acordo com a época e o lugar, por exemplo. Por outro lado, é muito fácil reconhecer a beleza. Terminei o meu filme anterior, “Saneamento Básico”, com uma frase de Dostoiévski (sobre a imagem de Camila Pitanga nua) que diz: “A beleza salvará o mundo”. É a ideia de que a beleza nos une, comove todos nós.
E como surgiu a trama de “Real Beleza”?
Depois de ler uma matéria sobre um fotógrafo que buscava potenciais modelos no Rio Grande do Sul, comecei a escrever a história do João, personagem do Vladimir Brichta. É um cara que está “empanturrado” de beleza. Trabalhei com publicidade e vi isso acontecer. Por ver mulheres lindas o tempo todo, passa a ter dificuldade de reconhecer a beleza. Então, esse personagem parte em uma jornada em busca de uma mulher excepcionalmente bela. Nesta procura, descobre diversos tipos de beleza física, para além do padrão da moda. E descobre também a beleza do gesto, da palavra e da memória, entre outras.
Era importante para você que o elenco fosse bonito.
Por quê?
Esse fotógrafo procura uma jovem excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos, cada um com o seu tipo de beleza.
Esse fotógrafo procura uma jovem excepcionalmente bonita (Vitória Strada) e se apaixona pela mãe dela (Adriana Esteves), que é bonita pela atitude diante da vida. Ela, por sua vez, se interessa por ele quase que à primeira vista e é casada com um homem muito mais velho (Francisco Cuoco). Então, os dois precisavam ser razoavelmente bonitos, cada um com o seu tipo de beleza.
Como surgiu a
ideia de promover essa busca por uma bela jovem através de um processo com
centenas de candidatas de diversas cidades?
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora do padrão da moda.
Poderíamos ter procurado meninas em agências de modelos, mas eu queria documentar o processo de seleção, que faz parte do filme. Isso também permitiu mostrar vários tipos de beleza. Tem uma cena do filme em que alguém questiona como o João ainda não havia encontrado uma jovem bonita entre tantas que já havia visto. E ele responde: “Bonitas, todas eram”. E eram mesmo. Cada uma do seu jeito, mas nenhuma tinha a beleza específica e excepcional que ele procurava, fora do padrão. Então, eu também precisava de meninas bonitas que fugissem ao padrão das agências. Meninas baixinhas, por exemplo, que estão fora do padrão da moda.
Você falou do
enfado do João diante de tanta beleza. Como foi para você esse processo? Para
muitos, soa como o paraíso...
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco, que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito. Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe” comigo. É bom conviver com a beleza.
É incrível mesmo (risos). Chega um momento em que você já não sabe mais que critério usar. Foram quase 400 meninas inscritas. Selecionamos 40 para fotografar com mais cuidado. Escolhi dez delas e aí ficou muito difícil dizer que uma era mais bonita. Uma era loira, outra morena, cada uma tinha um tipo de beleza. Mas todas eram muito bonitas. Então, o critério passou a ser a interpretação e alguma semelhança com a Adriana Esteves e o Francisco Cuoco, que interpretam os pais da personagem. A Vitória acabou se destacando muito. Foi muito interessante e ao mesmo tempo angustiante para mim, por só poder escolher uma. Acabei chamando duas outras meninas para fazer “Doce de Mãe” comigo. É bom conviver com a beleza.
Você diz que
a Vitória é dona de uma beleza rara. O que há de raro na beleza dela?
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine Zeta-Jones há uns anos.
É muito difícil de definir e muito fácil de perceber (risos). Ela é alta, tem um corpo muito bonito, o rosto, o sorriso, os olhos, o cabelo, a pele, tudo lindo. É um conjunto que a torna muito marcante. Eu estava olhando as fotos das dez selecionadas em uma mesa lá de casa quando entraram colegas adolescentes da minha filha. Os três garotos apontaram para a Vitória (risos) dizendo que era linda. Acabaram me ajudando a decidir. Agora, já no processo de divulgação do filme, muita gente comenta. Alguns dizem que há muito tempo não viam uma mulher tão bonita. Quando vamos a um festival e ela se arruma, todos perguntam: “Quem é essa mulher?” (risos). Não por acaso, ficou conhecida como sósia da Catherine Zeta-Jones há uns anos.
Você queria
trabalhar com o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Por quê?
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma “enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem lê textos e poemas no filme.
Queria trabalhar com o Vladimir há algum tempo. Já havia trabalhado com o Wagner Moura, o Lázaro Ramos e o Bruno Garcia, que formavam junto com ele uma espécie de quarteto. É um ator muito completo. A Adriana (na foto do beijo) é uma atriz espetacular. Além de ser muito querida, uma pessoa ótima de trabalhar, é muito intensa, excelente para fazer um papel dramático. Queria muito trabalhar com ela. Fiz recentemente a série “Doce de Mãe”, com a Fernanda Montenegro, e reconheço uma afinidade grande entre as duas. Elas vêm da mesma “enfermaria” (risos). Têm o mesmo tipo de relação com o trabalho. Elas se envolvem profundamente com aquilo e mergulham no personagem de uma maneira impressionante. Na época em que filmamos, ela ainda estava se livrando da Carminha, que tinha interpretado em “Avenida Brasil”. Já com o Cuoco eu tinha trabalhado. Precisava de um senhor sedutor. Além de toda a história e bagagem que carrega, ele tem uma voz incrível, o que era importante já que o personagem lê textos e poemas no filme.
De onde vem a Beleza
Atriz Adriana Esteves rouba a cena em “Real Beleza”, primeiro longa de ficção do diretor Jorge Furtado em oito anos
Daniel Oliveira -Fortaleza. Jorge Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Veríssimo da sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. “Tudo que eu espero de um filme é que ele seja inesperado. Por isso, aliás, tenho visto muito poucos. Vejo um trailer e não preciso assistir, porque já sei o que vai acontecer”, justifica.
A ironia é que, ao
surpreender com essa troca de marchas, o cineasta fez seu longa menos
surpreendente em termos de trama. “Real Beleza”, exibido pela primeira
vez na competitiva do 25º Cine Ceará na noite de sábado, é um romance
convencional em que uma trama de novela é elevada quase a um “As Pontes de
Madison County” dos Pampas graças à qualidade literária do texto
de Furtado e
à ótima performance de Adriana Esteves.
O filme acompanha o fotógrafo João (Vladimir Brichta) rodando o interior do Rio Grande do Sul em busca de novas modelos. Quando encontra sua candidata perfeita na jovem Maria (Vitória Strada), ele precisa convencer o pai, Pedro (Francisco Cuoco), a permitir que ela vá para São Paulo, mas acaba se envolvendo com a mãe dela, Anita (Esteves).
Metalinguístico
como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre
como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma
interpretação e uma escolha de quem vê – um chavão tão batido quanto
verdadeiro. “A Gisele Bündchen tem uma irmã gêmea. Elas são quase idênticas,
então que diferença é essa que vale US$ 1 bilhão?”, questiona o cineasta, que
teve a ideia do roteiro ao ler um artigo do jornal inglês “The Independent”
sobre o Rio Grande Sul como celeiro de modelos internacionais.
Mas se a câmera,
quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca
dessa resposta, a
real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita. É no rosto e nas expressões da personagem que se
manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do
amor – ignoradas, segundo Furtado,
em função de prioridades deturpadas da nossa cultura. É na personagem que
João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa.
E a principal responsável por isso é, sem
dúvida, Adriana Esteves. Atriz de
pouquíssima expressão no cinema, a Carminha (como um jornalista chileno
bem identificou após a sessão) da TV pega um filme mediano e o transforma em
um drama envolvente e instigante toda vez que aparece. Muito antes de sua
personagem despir-se fisicamente em cena, a atriz seduz João e o espectador com um lento
strip-tease emocional, com um olhar esfíngico que provoca e sugere muito mais
do que revela. (Estou delirando com
essa parte da crítica em especial!! Adriana sem duvidas irá me emocionar muito
em suas cenas, sua presença que sempre foi marcante pra mim, nesse filme será
delicada, poética, mágica...) Taís
Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
“Na comédia,
o diálogo conduz muito a cena. Mas no drama tem uma coisa da vivência
interior que você tem que ficar imaginando ‘o que está se passando na cabeça
dessa mulher agora?’. Nesse
sentido, a Adriana
é impressionante, porque ela é muito intensa”, explica Furtado. Essa diferença entre os
dois gêneros e a centralidade do elenco deixam bem claro por que o longa cai
tanto na segunda metade, quando se torna um embate de visões de mundo – ou
concepções de beleza – entre João e Pedro, dois personagens bem
menos interessantes.
Furtado imbui
o pai vivido por Cuoco com sua usual riqueza literária. Ele é um cego quase
mitológico, mistura do Próspero de Shakespeare com Jorge Luís Borges que
enxerga o que ninguém mais vê, com citações que vão de Guimarães Rosa a
Fernando Pessoa e Cartier-Bresson. “Todos os personagens são o Jorge”, bem
avalia Vladimir Brichta. Ainda assim, as cenas se tornam repetitivas, e a falta
que Anita faz é clara.
E no fim, após cenas
de um humor deslocado e personagens desnecessários (como o assistente de João
e o namoradinho de Maria), é ela novamente quem vem resgatar o filme
com a escolha moral do protagonista aristotélico.(Acho que isso
significa claramente que Anita optará por Pedro, o que me deixa triste, mas nem
um pouco desanimada em prestigiar essa Beleza de obra que me encanta a cada
informação que saí sobre ela)
Taís Almeida Cardoso - Valinhos (SP)
Por mais trivial que seja a história e por mais não surpreendente que ela possa ser, a integridade que Esteves confere à personagem e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a real beleza que João e Furtado tanto procuram.
Real Beleza | "Entrei na tradição do drama burguês", diz Jorge Furtado sobre seu novo filme
Cineasta apresentou longa no Cine Ceará 2015
21/06/2015 - 17:26 - Rodrigo
Fonseca
Rir
é uma é marca da grife Jorge
Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O
Homem que Copiava (2003) seja em
documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do
curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por
outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem,
Real
Beleza , está filiado. Prevista
para estrear em 6 de agosto, a produção passou (com louvor, sob quilos
de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine
Ceará 2015. Dominado majoritariamente por atrações ibéricas ou hispano-americanas
desde sua arrancada, na quinta-feira, o festival, em sua 25ª edição,
mergulhou nas águas plácidas do cinema autoral brasileiro com a exibição do
filme. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a
primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir
Brichta e Adriana
Esteves , e ao recontextualizar (como
um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco
Cuoco . A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que
encantou a plateia.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu, a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma. É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o evento cearense de assalto com Real Beleza.
"Até hoje, sempre que eu ia à estreia de um longa-metragem meu, a questão era: 'As pessoas vão rir ou não?'. Na comédia, o julgamento é imediato: se as pessoas caem na gargalhada, elas gostam. O drama demanda calma. É uma novidade pra mim", diz Furtado, que acabou tomando o evento cearense de assalto com Real Beleza.
A
trama é centrada na luta de um fotógrafo para levar uma adolescente do interior
do Rio Grande do Sul para virar modelo primeiro em São Paulo e,
depois, em Nova York.
"Hoje
no cinema, todo mundo está tentando se vender pelo grito, para conseguir
aparecer. É filme de explosão, são filmes de super-heróis malucos, é
barulheira... Eu sinto falta de um espaço de contemplação, em frente ao
qual uma pessoa possa sentar, frente a quatro ou cinco personagens com desejos
reais, e relaxar curtindo a história deles. Falar de beleza demanda
paciência", diz o diretor de 56 anos, que fez na TV a premiada
série Doce de Mãe, laureada com um Emmy para a diva
Fernanda Montenegro. "Este é um filme com três atos bem marcados,
no qual cada ator tem a chance de tomar um trecho para si, começando com o
Vlad. A Adriana Esteves, por exemplo, é uma atriz que sofre da mesma
enfermidade da Fernandona: as duas são de uma entrega sem fim,
vivendo com sua personagem o dia inteiro. E o Cuoco comprova em sua
expressão facial única, de grande ator, uma frase do [diretor sueco Ingmar]
Bergman: 'Não existe paisagem como o rosto humano'.
Furtado escreveu o filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro (Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do Ceará.
Furtado escreveu o filme pensando em Brichta para o papel principal, João, referência entre os fotógrafos de moda que viaja ao Rio Grande do Sul atrás de uma aspirante a Gisele Bündchen. No trajeto, ele conhece Maria (Vitória Strada), que se encaixa com perfeição em suas ambições. Mas ele terá de convencer os pais da jovem de 16 anos. O pai, o professor aposentado Pedro (Cuoco, numa atuação que impressionou o Ceará), é reticente e levou a menina para uma viagem por alguns dias. Enquanto espera por eles, João tenta um contato com a mãe da jovem, Anita (Adriana). E os dois acabam tendo mais do que apenas uma conversa, abrindo a deixa para um triângulo afetivo com cenas sensuais que, com lirismo, elevaram a já alta temperatura do Ceará.
"O cinema é um dos últimos rituais que a Humanidade ainda preservou. Hoje, já é possível que uma pessoa veja um clássico do cinema como Lawrence da Arábia no celular, com a chance de você parar, retroceder, avançar. No cinema, a relação é outra: é a troca de experiências coletivas, diante de uma tela grande, capaz de dar valor aos silêncios. Eu queria fazer um filme que permitisse essa ritualização e que apresentasse ao público coisas boas que hoje andam invisíveis", diz Furtado.
Ao
falar em invisibilidade, ele se reporta às referências à poesia que faz no
longa, com os personagens citando versos do argentino Jorge Luis Borges
e do português Fernando Pessoa.
"Quando você chega numa livraria e pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira, escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas, sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra tocar em uma cena de Saneamento Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970, como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama burguês".
"Quando você chega numa livraria e pergunta por poesia, os livros de poema estão sempre no pé da prateleira, escondidos, quase invisíveis. Isso porque a moda do momento são livros de colorir para adultos. Gosto, nos meus filmes, de apresentar às pessoas, sobretudo aos jovens, referências artísticas de que gosto. Em O Homem que Copiava, por exemplo, eu tocava Creedence Cleawater para mostrar à juventude aquela banda. Da mesma forma, botei música de Billie Holiday pra tocar em uma cena de Saneamento Básico. Aqui tem poemas. Aparece um livro de Pessoa que é meu, há anos. É importante usar as mídias para reviver o que anda invisível", diz o cineasta, que deu a Real Beleza uma estética próxima ao cinema europeu dos anos 1970, como filmes do francês Eric Rohmer (Pauline na Praia) ou do italiano Luchino Visconti: "Entrei na tradição do drama burguês".
'Real Beleza', de Jorge Furtado, buscou elenco para encantar
O
diretor Jorge Furtado e os atores Vladimir Brichta, Francisco
Cuoco e Vitória Strada estão em Fortaleza para apresentar o
longa
O
diretor Jorge Furtado, 56, e os atores Francisco Cuoco, 81, Vladimir
Brichta, 39, Vitória Strada, 18, e Isadora Pillar, 22,
participaram da entrevista coletiva do filme 'Real Beleza', na noite
deste sábado, 20, no Hotel Mareiro, Meireles, antes da
pré-estreia da obra no Cine Ceará - Festival Ibero-Americano, exibida no
Cineteatro São Luiz. No encontro com a imprensa, a equipe narrou desde a
trajetória da escolha do elenco do longa e curiosidades dos bastidores.
Como
o próprio título do filme já traduz, 'Real Beleza' buscou traços para se
admirar na tela de cinema. Desde a jovem Vitória Strada, que estreia no
cinema, até o veterano Francisco Cuoco, o diretor Jorge Furtado fez
uma escolha minuciosa do elenco.
A atriz Adriana Esteves, 45,
mulher de Brichta na vida real, faz par com o marido pela primeira vez
na telona. O casal foi prioridade do diretor desde o início do projeto. "Eu
chamo os melhores atores que puder para cada papel. Vladi e Adriana foram as
primeiras escolhas", confessou Furtado.
Adri e Vlad trabalharam juntos nas novelas Coração de Estudante (2002 - onde se conheceram), Kubanacan (2003, onde começaram a namorar) e o especial História de Amor (2005 - já como namorados). Agora será o longa Real Beleza (2013, já como casados)
Em
'Real Beleza', o personagem Pedro, interpretado por Francisco Cuoco,
é um apaixonado pela poesia. O talento e o 'vozeirão' do experiente ator
influenciaram na escolha de Furtado. "Já tinha feito algumas
coisas com o Cuoco como roteirista. O trabalho dele não precisa falar, é um
grande ator da história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro. Foi um
enorme prazer trabalhar com ele mais uma vez. Nesse personagem, o Pedro é um
leitor que adora livros, tem uma grande biblioteca, gosta muito de poesia. E o
Cuoco, além de ser um grande ator, tem uma voz incrível", disse
diretor.
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando fui chamada".
Vitória Strada passou por uma seleção com mais de 300 meninas para participar do longa. Segundo Jorge, a produção do filme abriu uma inscrição para garotas que queriam atuar no cinema. A jovem atriz não acreditava que poderia ser escolhida entre tantas participantes. "Tinha vontade de atuar, mas era uma realidade distante. Estudava numa escola particular, colégio militar, rotina bem distante, que já havia deixado o sonho de atuar em segundo plano. Quando vi a notícia da seleção, pensei: 'ah, não custa nada tentar'. Esperei dois meses para ser chamada. Quando saiu a resposta, foi a melhor experiência que vivi", contou a estreante no cinema nacional.
Isadora Pillar, que faz uma participação cômica no cinema, lembrou do teste sem roteiro com Jorge Furtado. "Foi o teste mais divertido que já fiz, de poder brincar e falar um monte de coisas que surgiram na entrevista durante o teste. Foi muito interessante, fiquei muito feliz quando fui chamada".
Conspiração dos
astros
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no filme.
Admirador da obra de Jorge Furtado, Vladimir Brichta esperava uma oportunidade para trabalhar ao lado do diretor. Bem humorado, o ator contou como foi o contato entre eles para a participação no filme.
"Sempre
fui fã do trabalho do Jorge. Sou formado em uma geração vendo televisão, cinema
e teatro. A televisão que vi e consumi é a que o Jorge estava envolvido, junto
com Guel Araes e João Falcão. Tudo que mais me encatava na televisão vinha das
mãos do Jorge. O que queria, antes da ligação dele, era trabalhar com o Jorge.
Lembro que comentei com alguns amigos que estava com muita vontade de fazer um
filme com o Jorge. Passa um mês, ele me liga e me chama para trabalhar. 'Mas
algum amigo nosso comentou, falou com você?', perguntei. 'Não', ele me disse.
Mas, foi muito sintomático. Para quem acredita, os atros estavam conspirando.
Fiquei muito feliz e fui trabalhar com alguém que tinha muita admiração", resumiu.
Trama'Real Beleza', que integrou a Mostra Ibero-Americana de Longa-Metragem do Cine Ceará, conta a história de João, interpretado por Brichta, um fotógrafo que percorre o interior do Rio Grande do Sul em busca de candidatas a modelo. Neste trajeto, ele encontra a jovem Maria, personagem de Vitória Strada, e aposta todas as fichas na garota.
O pai de Maria, Pedro (Francisco Cuoco), é contra a ideia da filha se tornar modelo. Como João não quer perder a chance de trabalhar com a garota, por acreditar no futuro dela na profissão, ele resolve ficar na cidade para conversar com o pai da jovem, que está fora de casa e só volta em alguns dias.
O grande problema é que João acaba se apaixonando por Anita (Esteves), mãe de Maria. O encontro de Brichta e Adriana pela primeira vez nas telonas rendeu cenas quentes.
Adriana Esteves e Vladimir Brichta protagonizam cenas quentes em 1º filme juntos
“Combinamos que não discutiríamos muito sobre o que estávamos fazendo no quarto. Decidimos que guardaríamos segredo sobre o que faríamos no set, para nos preservar”
“Havia uma expectativa em
relação a esse reencontro, porque após dez anos eu continuava admirando a
Adriana como atriz. Mas eu não era mais o mesmo ator, nem ela era a mesma
atriz. E tem outra coisa: não importa você ter intimidade e paixão por uma
pessoa se no set isso não acontece. Teríamos que reencontrar isso" Vladimir sobre trabalhar com
Adriana no filme
O filme, dirigido por Jorge Furtado, está na competição do 25º Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema e terá sua première no próximo sábado (20), no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Será a primeira exibição do longa e contará com a presença do diretor e do elenco. A previsão de estreia no circuito nacional é 6 de agosto.
Em entrevista à colunista da Mônica Bergamo, do jornal "Folha de S. Paulo", Adriana contou qual foi a sensação de voltar a gravar ao lado do marido após tanto tempo - os dois já contracenaram na TV em "Coração de Estudante" e "Kubanacan". "Depois de tanta intimidade, fiquei com um medinho de atrapalhar a nossa história e de não ser tão bom como no passado", confessou.
Cine Ceará divulga seleção de filmes para a 25ª edição do festival
Três obras brasileiras estão entre os 10 selecionados
para a competição.
25ª edição do Cine Ceará volta a exibir filmes no Cine São Luís.
O Cine Ceará divulgou nesta quinta-feira (7) a seleção dos dez longas-metragens em competição da edição comemorativa
de 25 anos, que será realizada de 18 a 24
de junho de 2015, em Fortaleza.
Do Brasil foram selecionados, "Real Beleza", de Jorge Furtado e "Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro", de Geneton Morais Neto que têm suas
pré-estreias mundiais no festival e "Que Horas ela
volta", de Anna Mulayert, que faz a sua primeira exibição oficial no país, depois
de receber prêmios nos Festivais de
Sundance e Berlim.
Mais informações - http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/05/cine-ceara-divulga-selecao-de-filmes-para-25-edicao-do-festival.html#_=_
O Cine Ceará volta a ser exibido no Cine São
Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, onde foi realizado de 1995 a 2010. "É
uma felicidade muito grande para o evento voltar ao palco do São Luiz, reformado, com qualidade técnica de
ponta, como um dos cinemas mais bonitos do país", diz Wolney Oliveira, diretor do festival.
As obras selecionadas e exibidas no festival concorrem ao Troféu Mucuripe em diversas categorias, como melhor longa, direção, roteiro, e melhor direção de arte. O vencedor na categoria melhor
longa-metragem ibero-americano levará um prêmio em dinheiro no valor de 10 mil
dólares. O prêmio da crítica para melhor longa-metragem será concedido
pela Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema.
1. CAVALO DINHEIRO.
De Pedro Costa. Portugal
2. JAUJA. De Lisandro Alonso. Argentina
3. CRUMBS. De Miguel Llansó. Espanha, Etiopia - Première no Brasil
4. A OBRA DO SÉCULO. De Carlos M. Quintela. Cuba - Première no Brasil
5. QUE HORAS ELA VOLTA?. De Anna Muylaert - Première no Brasil
6. NN. De Héctor Gálvez. Peru - Première no Brasil
7. LOREAK. De Jon
Garaño e José Mari Goenaga. Espanha - Première no Brasil
8. REAL BELEZA. De Jorge Furtado. Brasil
- Première Mundial
9. CORDILHEIRAS NO
MAR: A FÚRIA DO FOGO BÁRBARO. De Geneton Morais Neto. Brasil -Première
Mundial
10. O CLUBE. De Pablo Larraín. Chile - Première no Brasil
BELEZA, projeto de Jorge Furtado, é contemplado pelo BNDES
Adiado do ano passado em função da legislação eleitoral, o Edital de Cinema 2010 do BNDES teve seu resultado final publicado ontem, 28 de abril. E o projeto BELEZA, da Casa de Cinema de Porto Alegre, com roteiro e direção de Jorge Furtado, foi selecionado para receber apoio de R$ 750 mil.Serão destinados R$ 14 milhões para produção e finalização de longas brasileiros, sendo 12 ficções, 3 animações e 5 documentários
A diretoria do BNDES homologou a lista de projetos escolhidos por meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2010. Serão destinados R$ 13,936 milhões - provenientes de incentivos fiscais previstos na Lei do Audiovisual - para produção e finalização de vinte longas metragens de produtoras brasileiras independentes, sendo 12 de ficção, 3 de animação e 5 documentários.
O processo de seleção considerou os seguintes aspectos: roteiro; currículo da produtora, do diretor e dos demais profissionais envolvidos na produção do filme; adequação do orçamento; relatório de captação de recursos; e proposta de distribuição comercial. Projetos já apoiados em edições anteriores do Edital ou de proponentes e diretores em situação de inadimplência com o Banco tiveram suas inscrições vetadas.
As empresas proponentes dos projetos escolhidos serão convocadas a apresentar a documentação necessária e, após análise jurídica, será iniciado o processo de contratação. Caso seja constatado impedimento incontornável para a formalização do contrato, a empresa poderá ser substituída por outra, observada a ordem classificatória da lista de suplentes.
Protagonismo – O BNDES é um dos protagonistas da política pública para o desenvolvimento do cinema brasileiro. Além do Edital de cinema — que destinou R$ 133 milhões para produção de 340 filmes entre 1995 e 2009 —, o Banco dispõe de linha de financiamento específica para o setor, com condições adequadas às características da indústria cinematográfica nacional.
O Banco também constituiu os Funcines, fundos cujos recursos podem ser utilizados para aquisição de ações de empresas do setor; para construção, reforma e recuperação de salas de exibição; e para produção, comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras, entre outros fins. Um desses Funcines, voltado para capitalização e melhoria da governança de empresas do setor, está com processo de seleção aberto e recebe até 30 de abril propostas de gestores a quem caberá estruturar o fundo e atrair investidores.
Quanto à Seleção Pública de Projetos Cinematográficos, a previsão é de que o Edital de 2011 seja publicado no próximo mês de julho.
Projeto: BELEZA
Valor do Apoio: R$ 750.000,00
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Gênero: Ficção
Proponente: Casa de Cinema de Porto Alegre
Direção: Jorge Furtado
Divulgados os filmes selecionados para os Encontros com o Cinema Brasileiro com o Festival de Berlim
O curador Christoph Terhechte estará no Brasil de 28 a 30 de outubro para assistir a doze longas-metragens brasileiros A ANCINE divulgou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a lista de filmes selecionados pelo curador Christoph Terhechte, do Festival de Cinema de Berlim, na Alemanha, para a primeira fase da oitava edição dos Encontros com o Cinema Brasileiro. Ele vai assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas entre os dias 28 e 30 de outubro, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.A escolha foi feita tomando por base os teasers e informações fornecidas pelos produtores nas inscrições do programa. Christoph Terhechte demonstrou interesse em assistir aos seguintes títulos:
"A nação que não esperou por Deus", de Lucia Murat (Taiga Filmes)
"A revolução do ano", de Diogo Faggiano (Massa Real)
"Beatriz", de Alberto Graça (MPC&Associados)
"Brasil S.A", de Marcelo Pedroso (Símio Filmes)
"Noite", de Paula Gaitán (Aruak Filmes)
"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho (Matizar)
"O fim de uma era", de Bruno Safadi e Ricardo Pretti (Daza Cultural)
"Para minha amada morta", de Aly Muritiba (Grafo Audiovisual)
"Prometo um dia deixar essa cidade", de Daniel Aragão (Cicatrix Filmes) "Real Beleza", de Jorge Furtado (Casa de Cinema de Porto Alegre)
"Sinfonia da necrópole", de Juliana Rojas (Avoa Filmes)
"Voltando para casa", de Gustavo Rosa de Moura (Mira Filmes)
Seis dos doze filmes selecionados são realizados por produtoras associadas ao Programa Cinema do Brasil, parceiro dos Encontros. O curador terá ainda a oportunidade de montar uma agenda própria de reuniões com realizadores e produtores brasileiros durante sua estadia no Brasil. Os responsáveis pelos filmes inscritos não selecionados para as sessões podem enviar suas obras em DVD para que sejam entregues à curadora pela equipe do programa.
A ANCINE deve divulgar nos próximos dias os filmes selecionados para exibição pelos curadores do Buenos Aires Festival Internacional de Cinema Independiente (BAFICI), na Argentina, e do Festival de Roterdã, na Holanda. Os representantes dos comitês de seleção dos dois festivais estarão no Rio de Janeiro entre os dias 3 e 6 de novembro para sessões no Centro Cultural Banco do Brasil.
Mais informações - http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/divulgados-os-filmes-selecionados-para-os-encontros-com-o-cinema-brasileiro-1
Entrevista com Jorge Furtado
Link do site com a entrevista me mandado por Giulia Bacarin (16 anos) - Brasília (DF)
O filme BELEZA foi vencedor dos editais do BNDES e Eletrobrás
Em "Real Beleza", o casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta vive
um triângulo amoroso que tem Francisco Cuoco como terceiro vértice.
Anita (Adriana Esteves) é casada com Pedro (Francisco Cuoco) e mãe de
Maria (Vitória Strada). O fotógrafo João (Vladimir Brichta) caça
talentos no Rio Grande do Sul. Certo de que Maria é o novo rosto de
modelo que ele estava buscando, conhece os pais dela _e se apaixona pela
mãe.
Não precisa ser um astro da adivinhação
para saber que João será correspondido e que o romance dos dois tem
todas as condições para ser complicado e nada perfeitinho.
http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2014/10/30/cinema-nacional-se-apaixona-por-mulheres-em-crise.htm
Vladimir Brichta
Ator é o protagonista de 'Real Beleza' e 'Um Homem Só', filmes em que vive homens em crise existencial
Na TV, Vladimir Brichta aparece descontraído todas as terças-feiras na pele do fanfarrão Armane da série “Tapas & Beijos”, mas, no cinema, o momento é de crise existencial. Afinal, chegarão aos cinemas em alguns meses dois longas, “Um Homem Só” e “Real Beleza”, em que seus personagens, ambos protagonistas, passam por momentos de profundo questionamento e grande mudança.
No divertido “Um Homem Só” , o ator vive o desafortunado Arnaldo, que tem um casamento infeliz com Aline (Ingrid Guimarães) e um trabalho frustrante. A vida do rapaz tem uma reviravolta em um curto espaço de tempo, quando ele se apaixona por Josie (Mariana Ximenes), funcionária de um cemitério de animais, e descobre uma clínica que produz clones. Disposto a se livrar da rotina miserável e a mergulhar no relacionamento com a bela moça, Arnaldo procura a clínica, mas tem sua solicitação de clonagem negada.Com Otávio Muller, Eliane Giardini, Natália Lage, Luiza Mariani, Milhem Cortaz, Sandro Rocha e o argentino Daniel Aráoz complementando o elenco, o filme marca a estreia de Mariana Ximenes como produtora e da roteirista Cláudia Jouvin como diretora em um longa.
Já no delicado “Real Beleza” dirigido por Jorge Furtado (“Saneamento Básico” e “Meu Tio Matou um Cara”), Brichta interpreta João, um fotógrafo que, em busca da sensibilidade artística perdida, parte em viagem pelo interior do Rio Grande do Sul a procura de candidatas a modelo. Na peregrinação, ele encontra a estonteante Maria (a revelação Vitória Strada) e sua mãe, a meiga Anita (Adriana Esteves, mulher de Brichta), por quem se apaixona. Mas o relacionamento da mulher com Pedro (Francisco Cuoco), um homem mais velho, é um obstáculo ao futuro do romance.
Após Carminha, Adriana Esteves volta a filmar em “Real Beleza”
Curiosamente, em “A Coleção Invisível” (2012), último filme que protagonizou antes das filmagens de “Um Homem Só” e “Real Beleza”, o ator também encarnou um homem em dificuldades. No caso, Beto, que abandona o trabalho e parte para a Bahia atrás de um colecionador. “Um Homem Só” e “Real Beleza” deverão chegar aos cinemas em 2015. O público aguarda ansiosamente por mais essas crises.
Bagé poderá se tornar cenário de filme de Jorge Furtado
Em coletiva de imprensa, na tarde de sábado, o secretário de Cultura do município, Sapiran Brito, anunciou o interesse do diretor Jorge Furtado em gravar em Bagé parte do filme “Beleza”. Um drama que terá no elenco os atores Adriana Esteves e Vladimir Brichta. Trata-se de uma produção da Casa de Cinema, de Porto Alegre. Conforme o produtor Glauco Urbin, a cidade tem grandes chances de receber a produção. A confirmação só ocorrerá no final de agosto. As gravações deverão ocorrer entre novembro e dezembro desse ano.
Urbin está encarregado de “descobrir” locações para a obra. Ele explica que se trata de uma trama contemporânea, que se passa no interior do Brasil. Conforme o secretário executivo Film Commission- um escritório que oferece serviço especializado à produções audiovisuais, já implantado pela secretaria de Cultura -, Joba Migliorin, foram solicitadas imagens de prédios como o Instituto Municipal de Belas Artes, dos clubes Caixeiral e Comercial, além de hotéis, suas fachadas e seus espaços para café, por exemplo. O profissional comenta que também está a procura de uma bela casa e de vasta biblioteca.
Brito considera, ainda, que além de seus prédios e sua gente, Bagé oferece a paisagem do pampa e também “regiões com montanhas, como o Rincão do Inferno”. “E tem a luz, a melhor luz”, argumenta. O secretário lembra que Urbin atuou como produtor no filme O Tempo e o Vento e, por isso, já tem boas referências de Bagé. Aliás, o produtor, destacou que, além disso, a cidade “está aquecida pela cultura do cinema”. Brito destaca o esforço para atrair novas produções. “Estamos investindo numa política forte de incentivo ao cinema”, comentou. Algo que, segundo argumentou, “brotou nos bageenses”.
Ele fez referência a produções do cineasta Zeca Brito, como O Guri e O Sabiá, que envolveram a comunidade; também do festival internacional de cinema, que chega a quinta edição com produção local. Para incentivar e atrair novas produções cinematográficas, a Film Commission foi criada. Será esse escritório que colocará a disposição dos profissionais do cinema a beleza da cidade, seus prédios, seus tipos humanos. A ideia é catalogar tudo o que há na cidade que possa servir de locação parar filmes. “É do interesse de todos transformar Bagé em um pólo de produção cinematográfica”, argumentou o secretário.
Adriana Esteves voltará ao trabalho em filme com o marido
“Vou fazer um filme de Jorge Furtado onde volto a contracenar com minha esposa. É um grande desafio. Há dez anos atrás, ela não era minha mulher, agora é diferente. Mas ela é uma grande atriz. Vai ser um desafio gostoso.” - Vladimir Brichta
"Ela precisa vir trabalhar aqui, ganhar esse axé." - Vladimir sobre a relação dele e de Adriana com a Bahia
http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/vladimir-brichta-vai-contracenar-com-adriana-esteves-em-novo-filme/?cHash=0433b0d586fad9af582f0982bcc37e57
A tão aguardada volta de Adriana Esteves ao trabalho depois de “Avenida Brasil” será no cinema, no longa de Jorge Furtado “Beleza”. A atriz fará par com o marido, Vladimir Brichta. Ele será um fotógrafo que vai ao Sul descobrir modelos e se envolve com a mãe de uma delas.
Jorge Furtado dirige dois longas em 2013
O diretor Jorge Furtado está trabalhando na produção de dois longas. Primeiro, O Mercado de Notícias, que
iniciou a segunda etapa das filmagens na última quarta-feira, 22. O
documentário tem roteiro e direção de Furtado e previsão de conclusão
para outubro. Em novembro, o diretor inicia as gravações de seu outro projeto, Beleza, que será rodado no interior do Rio Grande do Sul.
Beleza, estrelado por Vladimir Brichta e Adriana Esteves, é o primeiro drama dirigido por Furtado. A história retrata a busca de um fotógrafo por modelos em cidades no interior do Rio Grande do Sul. A produção do filme está em busca de meninas entre 13 e 17 anos, do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, para o papel de modelo principal. As inscrições devem ser feitas através do site da Casa de Cinema de Porto Alegre até o dia 05 de junho.
Fonte: Casa de Cinema de Porto Alegre
Beleza, estrelado por Vladimir Brichta e Adriana Esteves, é o primeiro drama dirigido por Furtado. A história retrata a busca de um fotógrafo por modelos em cidades no interior do Rio Grande do Sul. A produção do filme está em busca de meninas entre 13 e 17 anos, do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, para o papel de modelo principal. As inscrições devem ser feitas através do site da Casa de Cinema de Porto Alegre até o dia 05 de junho.
Fonte: Casa de Cinema de Porto Alegre
Produção do projeto Beleza visita cidades gaúchas para pesquisa de elenco
Estão abertas as inscrições para a seleção de atriz
para o novo longa-metragem dirigido por Jorge Furtado, Beleza,
estrelado por Vladimir Brichta e Adriana Esteves. A história retrata a
busca de um fotógrafo por potenciais candidatas a modelo em cidades do
interior do Rio Grande do Sul.
A produção do projeto
visita nos dias 27, 28 e 29 de maio as cidades Ivoti, Novo Hamburgo,
Dois Irmãos, Bento Gonçalves, Farroupilha, Carlos Barbosa, Teutônia,
Lajeado e Estrela para pesquisa de elenco. A equipe está em busca de
meninas entre 13 e 17 anos, do Rio Grande do Sul e Santa Catarina para o
papel da modelo em início de carreira. Beleza foi vencedor dos editais
do BNDES e Eletrobras e tem co-produção da Globo Filmes. As gravações ocorrem em novembro deste ano, no interior do Estado.Inscriçõesdevem ser feita pelo site: http://casacinepoa.com.br/beleza/ e mais informações podem ser obtidas pelo email testedeelenco@casacinepoa.com.br
To achando que essa informação é verdadeira!!!!!!!!!!!! Mais uma nota sobre o filme.
http://redeglobo.globo.com/rs/rbstvrs/patrola/noticia/2013/05/dica-do-patrola-beleza-gaucha-e-destaque-em-longa-de-jorge-furtado.html …
http://www.purepeople.com.br/noticia/adriana-esteves-voltara-a-cena-no-cinema-como-par-do-marido-vladimir-brichta_a5587/1
http://entretenimento.r7.com/cinema/noticias/depois-de-carminha-adriana-esteves-volta-ao-trabalho-com-maridao-diz-jornal-20130529.html
Meus atores favoritos no mesmo filme????????????Já posso surtar então
A tão aguardada volta de Adriana Esteves ao trabalho depois do sucesso de Carminha, em Avenida Brasil, será no cinema, no longa de Jorge Furtado, Beleza. A atriz fará par com o marido, Vladimir Brichta, que atualmente atua no seriado Tapas & Beijos
no papel de Armane. Seu personagem no longa será um fotógrafo que vai
ao Sul descobrir modelos e se envolve com a mãe de uma delas.
http://www.bahianoticias.com.br/holofote/noticia/30265-vladmir-brichta-e-adriana-esteves-viverao-par-romantico-em-longa-039-beleza-039.html
Assim que a moça for escolhida, ela encontrará com Brichta e Esteves.
Vitórias!!!
35 - Vitória Botegga - Porto Alegre (RS)
36 - Vitória Giovana Duarte (13 anos) - Porto Alegre (RS)
, quase caí da cadeira!!!!!!!!!! Já viram isso q está acontecendo aí em Porto Alegre????? Meu Deus, como eu queria estar nessas cidades, nesses dias, ser novinha!!!!!!!!! Não tenho nada a ver com o perfil da atriz que precisam, mesmo eu sendo formada em teatro! Como eu queria participar dessa seleção ou qualquer seleção que envolvesse esse filme! Magina, no meu 1º trabalho como atriz já trabalhar ao lado da Adri e do Vlad??????????? Que tudo!!!!!!! Meninas, agarrem essa chance, vcs são novinas e lindas! Se encaixam pefeitamentev no perfil que eles querem, e ainda moram em Porto Alegre!!!!! Tentem, meninas, tentem em nome do Fã Clube. Já estou torcendo por vcs 2!!!!!!
Adriana Esteves já acertou um novo trabalho após viver a
inesquecível Carminha em "Avenida Brasil". A estrela será a protagonista do filme "Beleza",
onde fará par romântico com o maridão Vladimir Brichta, o Armani de
"Tapas de Beijos", que será um fotógrafo e numa de suas viagens em busca
de novas modelos, acaba se envolvendo com a mãe de uma delas, papel de
Adriana. A direção será assinada por Jorge Furtado.
Juntos no cinema02/06/2013 | 17h58 - Leão Lobo
Carminha e Armane contracenam em "Beleza"
Adriana fará par com o marido no primeiro trabalho depois de "Avenida Brasil"
Marcos Ramos / O Globo
http://www.bahianoticias.com.br/holofote/noticia/30265-vladmir-brichta-e-adriana-esteves-viverao-par-romantico-em-longa-039-beleza-039.html
A partir de novembro, Vladimir Brichta e Adriana Esteves vão rodar o longa-metragem Beleza,
do diretor Jorge Furtado. As filmagens acontecerão no interior de Porto
Alegre. As informações são do jornal Diário de S. Paulo.
De acordo com a publicação, na história, Vladimir viverá Juan, um fotógrafo que terá a missão de encontrar a nova Gisele Bündchen do país. Ele encontrará, mas vai se apaixonar pela mãe da moça, a simples Anita, que será vivida por Adriana Esteves.
Porém, o pai da jovem, batizada de Maria, não irá querer que ela abandone os estudos para seguir nas passarelas.
Ainda segundo a publicação, a filha de Adriana Esteves será escolhida
por meio de um concurso — as garotas do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina serão beneficiadas. As inscrições podem ser feitas pelo site
Casa de Cinema. A garota deverá ter entre 13 e 17 anos.
Assim que a moça for escolhida, ela encontrará com Brichta e Esteves.
Cara,
que menina sortuda!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Além de encontrar com eles,
ainda vai trabalhar com eles!!!!!!!!!! Aí, nunca quis tanto voltar aos
meus 13, 14, 15, 16, 17 anos! E, morar no Sul não é nada mal, estado
lindo!!! Boa sorte a todas que se candidatarem!
Vitórias!!!
35 - Vitória Botegga - Porto Alegre (RS)
36 - Vitória Giovana Duarte (13 anos) - Porto Alegre (RS)
, quase caí da cadeira!!!!!!!!!! Já viram isso q está acontecendo aí em Porto Alegre????? Meu Deus, como eu queria estar nessas cidades, nesses dias, ser novinha!!!!!!!!! Não tenho nada a ver com o perfil da atriz que precisam, mesmo eu sendo formada em teatro! Como eu queria participar dessa seleção ou qualquer seleção que envolvesse esse filme! Magina, no meu 1º trabalho como atriz já trabalhar ao lado da Adri e do Vlad??????????? Que tudo!!!!!!! Meninas, agarrem essa chance, vcs são novinas e lindas! Se encaixam pefeitamentev no perfil que eles querem, e ainda moram em Porto Alegre!!!!! Tentem, meninas, tentem em nome do Fã Clube. Já estou torcendo por vcs 2!!!!!!
AGARREM
ESSA CHANCE, MENINAS! Eu queria demais participar dessa inscrição, mas
já passei da idade e não conseguirei ir ao Sul nesse período! Mas vcs podem tentar! Vão por mim meninas!!!!!!!!!!!
Vão pelo Fã Clube Nossa Estrela!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Notas sobre o assunto -
http://www.bemparana.com.br/noticia/259990/adriana-esteves-e-vladimir-brichta-farao-parceria-em-novo-filme
http://www.bemparana.com.br/noticia/259990/adriana-esteves-e-vladimir-brichta-farao-parceria-em-novo-filme
http://www.bemparana.com.br/noticia/259990/adriana-esteves-e-vladimir-brichta-farao-parceria-em-novo-filme
O
curioso é quem em todas as notas falam que quando fizeram Kubanacan,
Adri e Vlad já estavam casados e, isso é mentira, eles nem namoravam
ainda, só começaram a namorar no final da novela.
Taís
Exemplo de casal: Adriana Esteves atuará ao lado Vladimir Brichta
A Vyx Ipanema elegeu o casal de atores Adriana Esteves e Vladimir Brichta como o mais harmonioso do meio artístico.
A revista Quem Acontece noticiou que eles trabalharão juntos no filme ‘Beleza’ que rodará em novembro.
De acordo com a publicação, o ator interpretará Juan, um fotógrafo
que tem a missão de “encontrar uma nova Gisele Bundchen no país". Ele
encontrará a candidata ao posto de modelo e acabará se apaixonando pela
mãe dela, papel de Adriana Esteves.
c
Filme com Adriana Esteves e Vladimir Brichta recebe 353 inscrições para papel de modelo
A produção do novo filme do diretor Jorge Furtado, Beleza, recebeu
inscrições de 353 meninas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina para
um concurso que escolherá a protagonista do longa.
Com Adriana Esteves e Vladimir Brichta, Beleza vai contar a história
de um fotógrafo (Brichta) decadente que viaja ao interior do Rio Grande
do Sul em busca de potenciais modelos. Ele encontra uma linda jovem,
Maria, mas acaba se apaixonando pela mãe da garota, Anita (Adriana
Esteves).
O nome da escolhida no concurso, que interpretará Maria, deve ser
divulgado pela produtora Casa de Cinema de Porto Alegre na próxima
semana. As meninas que não forem escolhidas para o papel principal,
podem conseguir outros papéis.
Os testes com as garotas, que têm entre 13 e 17 anos, serão filmados, e
poderão ser usados no filme. A produção afirma que restringiu as
candidatas a garotas gaúchas e catarinenses por causa do sotaque
necessário para o papel.
A parte ficcional do filme, já com Vladimir, Adriana e as garotas
selecionadas deve ser rodada a partir de novembro no interior de Porto
Alegre. As cidades que servirão de locação ainda estão sendo escolhidas.
Seleção de elenco para o filme Beleza, de Jorge Furtado
Mais uma vez Garibaldi servirá de cenário para a gravação de um filme de Jorge Furtado. No próximo dia 23, segunda-feira, 30 meninas garibaldenses entre 13 e 17 anos irão gravar uma cena para o filme, no qual estarão participando de um teste para iniciarem a carreira de modelos.
Essas meninas devem ter traços típicos
da serra, como pele clara, olhos claros, loiras, morenas ou negras, mas
com perfil que poderia se candidatar para ser modelo. Para as candidatas
interessadas a participarem das gravações, é necessário que enviem a
ficha de inscrição (disponibilizada na Secretaria de Turismo e Cultura)
com foto pra o email testedeelenco@casacinepoa.com.br.
No próximo dia 19, quinta-feira, a equipe do elenco estará em Garibaldi
para avaliar as mesmas, das 10h às 12h e das 13h30 às 15h.
A produção do filme disponibilizará um
cachê para as participantes da cena e convida também outras 20 meninas
com a mesma idade, e 15 mulheres para participarem da seleção para a
cena que será gravada no dia 13 de outubro.
Informações na Secretaria de Turismo e Cultura pelo fone 3462-8235.
Sinopse do filme
Conta a história de Juan (Vladimir
Brichta), um fotógrafo que procura potenciais candidatas a modelo em
cidades do interior do Rio Grande do Sul. Juan, depois de muitos testes,
encontra uma jovem de rara beleza, Maria (Vitoria Strada). Ela não
aparece para a segunda etapa dos testes e Juan parte em sua procura.
Juan conhece Anita (Adriana Esteves),
mãe de Maria, que lhe informa que o pai (Pedro) não quer que a menina
abandone os estudos. Pedro (Francisco Cuoco) e Maria viajaram, Juan
decide esperar seu regresso. Está determinado a fazer novos testes com a
jovem, vê nela um grande potencial. Enquanto espera, Juan se apaixona
por Anita.
Pedro e Maria voltam para casa. Pedro é trinta anos mais
velho que Anita e está praticamente cego. Juan faz uma nova sessão de
testes com Maria e confirma a proposta: Maria é a escolhida, vai assinar
um contrato com a agência e iniciar uma carreira. Juna, apaixonado por
Anita, quer levar a mãe junto com a filha.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social - Prefeitura Municipal de Garibaldi
Iniciam as gravações do novo filme de Jorge Furtado
Nesta segunda-feira, dia 23, o diretor de cinema
Jorge Furtado e sua equipe estiveram em Garibaldi para gravar a primeira
cena do filme “Beleza”. A produção será o primeiro drama do cineasta e
contará a história de um fotógrafo que virá ao interior do Rio Grande do
Sul para encontrar possíveis candidatas a modelo.
No primeiro
dia de gravação, realizado no Centro de Eventos Famiglia Giovanaz, 30
meninas garibaldenses de 13 e 17 anos gravaram cenas para o filme. As
meninas já haviam sido pré-selecionadas no dia 19 de setembro. A
produção do filme disponibilizou um cachê para as participantes da cena.
Parte da equipe técnica deve voltar ainda nesta semana para
Garibaldi para a escolha de outros cenários. Nos próximos dias serão
gravadas novas cenas com outras 20 meninas e 15 mulheres. Entre os
locais de gravação já confirmados estão a Escola Estadual Santo Antônio,
local onde a protagonista, vivida pela atriz Vitória Strada, irá
estudar.
Segundo o diretor Jorge Furtado, que já gravou na
região cenas do filme “Saneamento Básico” e para a série “Decamerão”, a
escolha de Garibaldi deu-se tendo em vista a beleza de suas paisagens e
cenários. “A Serra é muito bonita, muito cinematográfica e com pessoas
muito bonitas”, aponta.
Entre os atores que atuarão no filme
estão Vladimir Brichta, Adriana Esteves e Francisco Cuoco. Os três
deverão estar em Garibaldi em breve, principalmente Vladimir que será o
fotógrafo que busca modelos gaúchas. As atrizes Isadora Pillar e Vitória
Strada estiveram acompanhando as gravações na segunda-feira.
A
captação da produção é uma iniciativa da Garibaldi Film Comission,
coordenada pela Secretaria de Turismo e Cultura. A secretária Ivane
Fávero ressalta a importância da produção e de um diretor reconhecido
como Furtado. “A influência dessas ações na cultura cinematográfica e na
economia local é muito significativa”, salienta.
Adriana e Vladimir embarcam no dia 03 de outubro para o Sul para começarem as filmagens de seus personagens Anita e Juan
Vladimir Brichta e Adriana Esteves
Casados, Vladimir Brichta, 37, e Adriana Esteves, 44, voltam a contracenar, após dez anos, no filme "Beleza", do diretor Jorge Furtado.
*
"Depois de tanta intimidade, fiquei com um medinho. De atrapalhar a
nossa história, não ser tão bom como no passado", diz ela, que não
atuava com ele desde a novela "Kubanacan" (Globo).
*
Mas o longa, para Adriana, ajudou o casal a "romper o pudor" de dividir
o set. "Foi lindo ver o Vlad vivendo o cinema, me ajudando. Percebemos
que ainda podemos trabalhar muito juntos." O longa, com o romance dos
personagens, foi rodado no Rio Grande do Sul e estreia ainda neste ano.Mais notícias - http://www.redesul.am.br/rsradios/Noticias/Cultura/24/09/2013/Novo-filme-de-Jorge-Furtado-sera-gravado-em-Garibaldi/133169/
Taís Almeida
a essa hora (19h do dia 03), Adriana Esteves e Vladimir Brichta já devem estar no Sul com Francisco Cuoco e a equipe do filme #Beleza
Liz.
Aguardando ansiosamente o trailer/estreia de Beleza
adriana esteves e vladimir vão fazer um filme juntos http://redeglobo.globo.com/rs/rbstvrs/patrola/noticia/2013/05/dica-do-patrola-beleza-gaucha-e-destaque-em-longa-de-jorge-furtado.html …
carla
"Dirigido por Jorge Furtado e estrelado por Vladimir Brichta e Adriana Esteves." Eu nao to aguentando <333
Lispector, Eu
Produção de Jorge Furtado procura jovem atriz para fazer papel de modelo e filha de Adriana Esteves no Filme: "Beleza"
Rede Elemidia
Adriana Esteves fará filme Beleza ao lado do marido, Vladimir Brichta, com direção de Jorge Furtado. #CINEMA #POPTITITI
Nem Te Conto #iBahia Vladimir Brichta e Adriana Esteves atuarão juntos em filme http://glo.bo/ZrGkWs
Esperando loucamente por esse
filme...http://glo.bo/ZrGkWs
carol
"Ele encontrará, mas vai
se apaixonar pela mãe da moça, a simples Anita, que será vivida por Adriana
Esteves" oh meu pai
Bahia no Foco @BahianoFoco 2h
Rede Elemidia Bahia no Foco
Vladmir Brichta e Adriana
Esteves viverão par romântico em longa 'Beleza' http://goo.gl/fb/2VhBP
Adriana Esteves
fará filme Beleza ao lado do marido, Vladimir Brichta, com direção de Jorge
Furtado. #CINEMA
#POPTITITI
iBahia
Nem Te Conto #iBahia
Vladimir Brichta e Adriana Esteves atuarão juntos em filme http://glo.bo/ZrGkWs
Jorge Furtado inicia filmagens de drama com Brichta e Adriana Esteves
Diretor Jorge Furtado começou a filmar na última quarta-feira (9) em Garibaldi, no Rio Grande do Sul, "Beleza", seu novo projeto de longa-metragem, que terá como protagonista Vitória Strada, jovem de 16 anos escolhida por concurso. O casal Adriana Esteves e Vladimir Brichta também está no elenco.
Primeiro drama do diretor conhecido por comédias como "O Homem Que
Copiava" e "Meu Tio Matou Um Cara", "Beleza" vai contar a história de um
fotógrafo (Brichta) decadente que viaja ao interior do Rio Grande do
Sul em busca de potenciais modelos. Ele encontra uma linda jovem, Maria,
mas acaba se apaixonando pela mãe da garota, Anita (Adriana Esteves)
Francisco Cuoco vive o pai de Maria.
Em dezembro, elenco e equipe seguem para a cidade de Três Coroas para finalizar as gravações do projeto.
Vitória, que é natural de Porto Alegre, foi escolhida entre 350 candidatas que participaram do processo de escolha. Ela já havia feito alguns trabalhos como modelo, mas essa é primeira vez que irá atuar profissionalmente.
Os testes com as garotas, que têm entre 13 e 17 anos, foram filmados e
poderão ser usados no filme. A produção afirma que restringiu as
candidatas a garotas gaúchas e catarinenses por causa do sotaque
necessário para o papel.
Sacanagem isso! Uma atriz profissional, mesmo de outros estados, poderiam estudar o sotaque!
Queria demais ter podido fazer o teste! Trabalhar ao lado da Adri e do Vlad é um SONHO!!!!!!!!!!!!
Nota me passada por Mariana Aparício - Lisboa (Portugal)
Taís Almeida
@ta8344
57m
Adriana Esteves nas telonas em 2014 #1AnoSemCarminha
Taís Almeida @ta8344
1h
Larissa M
@Larissa7890
4h
Taís Almeida
Adriana Esteves no cinema vai ser tudo de bom! Vai ser maravilhoso vê-la repetir o sucesso q teve em Trair e Coçar é Só Começar, só q, dessa
vez, no Drama. Seja no teatro, na TV ou no cinema - ADRIANA ESTEVES É SUCESSO GARANTIDO!
Noticias da Adriiii !!!!
"Jorge Furtado inicia filmagens de drama com Brichta e Adriana Esteves ''http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2013/10/11/jorge-furtado-inicia-filmagens-de-drama-com-brichta-e-adriana-esteves.htm …
Raft Adventure @raftadventure
21h
Entrevista com Jorge Furtado
Matéria
Fotos dos Bastidores
Adriana, Vladimir, elenco e produção estão em Três Coroas pra finalizar filmagens do filme.
Raft Adventure
Amanha, trabalho para Casa de Cinema de POA. Vladimir Brichta e Adriana Esteves Brichta nos botes da Raft Adventure.
Retweeted by Taís Almeida
Entrevista com Jorge Furtado
Matéria
Fotos dos Bastidores
Vitória Strada me autorizou a colocar sua foto com a Adri
Gravações
Depois de Carminha, Adriana Esteves filma com o marido, Vladimir Brichta, no Sul
Depois de “Avenida Brasil”, Adriana Esteves finalmente voltou ao trabalho e ao lado do marido, Vladimir Brichta, no longa “Beleza”, de Jorge Furtado. As filmagens foram em Garibaldi e Três Coroas, na Serra Gaúcha.
“A intimidade que temos me ajudou muito. Conseguimos saber o que o outro está precisando apenas pela presença. ‘Beleza’ é um filme delicado e exigiu nossa ausência de casa, da família e dos filhos. Filmamos no interior do Rio Grande do Sul. Isso nos uniu muito”
Vladimir Brichta
Nota me passada por Mariana Aparício
Curiosidade: Clint Eastwood, em
1995, dirigiu o filme "As Pontes de Madison" (imagem anterior, em
baixo). Esse filme conta a história de uma mulher casada, Francesca
(Merly Streep) que acaba por se envolver com um fotógrafo, Robert
Kincaid (Clint Eastwood) que vai a Madison captar imagens das famosas
pontes.
Mais informações do filme "As Pontes de Madison": http://www.imdb.com/title/tt0112579/
“Vladimir é um grande ator, que admiro muito, desde antes de conhecê-lo pessoalmente. A primeira vez que o vi foi num espetáculo de teatro chamado ‘A Máquina’, de João e Adriana Falcão. Fazer novamente um par romântico com ele foi uma experiência muito rica para nós dois”.
Taís Almeida
@ta8344
12h
Carol Menezes @Carolmenezes97
8m
Edeneu Filho, há 1 dia
Adriana Esteves falando q Anita, de Beleza, tem poesia dentro de si!! Coisa linda!!!!
Carol Menezes
Adriana Esteves em ''Beleza'' e vai lançar ''A Menina que Roubava Livros'' Vai com calma 2014, meu coração não aguenta tanta emoção !
Edeneu Filho, há 1 dia
Lindicimo casal, exelente atris, um belo eh magestoso natal para ambos.
Aroldo Junior, há 1 dia
Um casal feliz!
Deivis Saraiva, há 1 dia
Essa mulher é muito sensual!
Driany Fogaça, há 1 dia
Casal maravilhoso!!!
Aroldo Junior, há 1 dia
Um casal feliz!
Deivis Saraiva, há 1 dia
Essa mulher é muito sensual!
Driany Fogaça, há 1 dia
Casal maravilhoso!!!
Nilza Maria, há 1 dia
a carminha e o felix deveriam fzer novela juntos..
Entrevista com Vladimir Brichta
Frau Gudrun, há 21 horas
Talentosos!
Elizete Costa, há 21 horas
adorooooooooooooo os dois! excelente atriz! DEVERIA TER GANHO O GRAMY SE N TIVESSE SIDO UMA GRANDE MARACUTAIA!!!
Soní Moura, há 19 horasElizete Costa, há 21 horas
adorooooooooooooo os dois! excelente atriz! DEVERIA TER GANHO O GRAMY SE N TIVESSE SIDO UMA GRANDE MARACUTAIA!!!
Lindo casal na linda Serra Gaucha, esse longa deverEa ser um sucesso, espero.
Icons e Headers Beleza (@owndrivla)
http://iconsblue.tumblr.com/post/70928739960/icons-e-headers-filme-beleza
http://iconsblue.tumblr.com/post/70928739960/icons-e-headers-filme-beleza
Roger
Lerina conversa com Vladimir Brichta, que participa do elenco do filme
"Beleza" e com o diretor Jorge Furtado, direto de Garibaldi - RS.
Quer saber mais detalhes do filme? Então, é só assistir à entrevista no vídeo abaixo:
Além de O Mercado de Notícias, você tem um outro longa chegando. O que pode falar de Beleza?
Beleza já foi filmado. Eu terminei que montar agora o Doce de Mãe e a prioridade agora é a montagem do Beleza. É uma novidade para mim. Eu li uma vez uma frase do Chillida, que é um artista espanhol, em que ele diz: “O artista deve fazer o que não sabe.” Acho que ele tem razão e fiz agora duas coisas que nunca tinha feito, um documentário e um drama. Beleza é um drama romântico, não tem piada, não tem humor. Foi muito diferente do ritmo da comédia, do jeito de pensar. A comédia é muito verbal, com ritmo rápido, e o drama não. Foi algo muito novo e foi muito bom trabalhar com estes atores. É com a Adriana Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco. Nos enfurnamos numa cidadezinha no interior do Rio Grande do Sul, que é São Francisco de Paula. E Garibaldi também. Acho que fizemos um trabalho muito unido e foi ótimo. Ficou muito bonito. E um pouco triste.
Além de O Mercado de Notícias, você tem um outro longa chegando. O que pode falar de Beleza?
Beleza já foi filmado. Eu terminei que montar agora o Doce de Mãe e a prioridade agora é a montagem do Beleza. É uma novidade para mim. Eu li uma vez uma frase do Chillida, que é um artista espanhol, em que ele diz: “O artista deve fazer o que não sabe.” Acho que ele tem razão e fiz agora duas coisas que nunca tinha feito, um documentário e um drama. Beleza é um drama romântico, não tem piada, não tem humor. Foi muito diferente do ritmo da comédia, do jeito de pensar. A comédia é muito verbal, com ritmo rápido, e o drama não. Foi algo muito novo e foi muito bom trabalhar com estes atores. É com a Adriana Esteves, Vladimir Brichta e Francisco Cuoco. Nos enfurnamos numa cidadezinha no interior do Rio Grande do Sul, que é São Francisco de Paula. E Garibaldi também. Acho que fizemos um trabalho muito unido e foi ótimo. Ficou muito bonito. E um pouco triste.
Beleza
Depois da cruel Carminha, Adriana Esteves vive mulher doce e apaixonada em filme com jovem e bela revelação
No dia 19 de outubro de 2012, o
Brasil parou para assistir ao último capítulo de “Avenida Brasil”,
novela que colocou a vilã Carminha, interpretada por Adriana Esteves, na
história de teledramaturguia nacional. Em 2015, o público poderá matar a saudade da atriz, que descansou da popular personagem desde então. Ela é
uma das protagonistas de “Beleza”, filme que deverá chegar aos cinemas no ano que vem.
Dirigido por Jorge Furtado
(“Sabeamento Básico” e “Meu Tio Matou um Cara”), o longa narra a busca
de João, um fotógrafo em crise vivido por Vladimir Brichta, marido de
Adriana. Em franco processo de perda da sensibilidade artística, ele
parte em viagem pelo interior do Rio Grande do Sul a procura de belas
candidatas a modelo e encontra a estonteante Maria (Vitória Strada) e
sua mãe, a meiga Anita (Adriana), por quem se apaixona. Mas o casamento
da mulher com Pedro (Francisco Cuoco), um homem muito mais velho, é um
entrave ao futuro do delicado romance.
A jovem Vitória e as demais beldades
que interpretam outras personagens no drama foram escolhidas a partir
de um grande processo de seleção realizado pela produção de “Beleza”.
Mais de 350 meninas com idades entre 13 e 17 anos concorrearam aos
papéis. Todas eram do Rio Grande do Sul - estado em que o filme se passa
e foi rodado - e de Santa Catarina devido ao sotaque desejado.
Comentários sobre o filme
O Trapalhão e a Luz Azul
Drama leve e aprazível
Real
Beleza começa apostando na pretensão de ser um estudo sobre a beleza,
do ponto de vista estético e poético, através da arte – onde fotografia e
cinema são parentes próximos.
O filme dá mesmo a impressão de que
vai se deter sobre a vida e as escolhas das belas garotas aspirantes a
modelo, tipo de profissão cruel e exigente, tão efêmera, mas que povoa
os sonhos de muitas meninas, um passo em direção à vida do estrelato.
Aborda-se a beleza, mas também as concessões exigidas.
Quando o
fotógrafo João passa a chamar a atenção da mãe da garota, Real
Beleza abraça, então, o melodrama e envereda por conflitos que expõem,
aos poucos, os anseios amorosos dos personagens.
O filme soa como
produto leve, draminha que se poderia dizer ingênuo e mesmo previsível, a
despeito das referências eruditas que o diretor utiliza. Ao mesmo
tempo, o filme nunca se torna excessivamente intelectualizado. Pelo
contrário, a história é facilmente assimilável.
Equilíbrio
É
nesse equilíbrio que Real Beleza move-se e sobre o qual gira a própria
obra de Furtado. Tudo está no lugar, o texto é leve, escrito com cuidado
e apuro, mas nunca esnobe – não vindo desse diretor. A condução é
clássica, mas funcional, bons atores em cena.
Até quando parece
muito próximo temática e esteticamente do baiano A Coleção Invisível, de
Bernard Attal, o longa consegue caminhar com suas próprias pernas,
embora não queira – e nem precise – chegar muito longe com elas.
Post Vlad
Fic Beleza
As MeninasO Trapalhão e a Luz Azul
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