Adriana Esteves

Adriana Esteves
Nossa Estrela

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Carminha - um divisor de águas na vida de Adriana

Carmem Lúcia: um divisor de águas

  Matéria de Outubro de 2012

Como um grande presente em sua já extensa carreira, Adriana Esteves construiu uma das melhores personagens de “Avenida Brasil” e entrou para o rol das vilãs memoráveis da teledramaturgia brasileira como a Senhora Tufão, sobrenome que ostentará por muitos anos pelo seu irrevogável desempenho na novela de João Emanuel Carneiro.

Desde a estreia da novela, em 26 de março deste ano, nada chamou mais atenção do que a personagem Carmem Lúcia ou Carminha, ou até mesmo “Carms”, para os mais “íntimos” (como os internautas se referiam à vilã nas redes sociais). 

 Antes da estreia, foram várias as entrevistas em que o autor enfatizava que criou uma mocinha com traços de vilã para que o público torcesse por ela. Débora Falabella até que cumpriu muito bem seu papel, mas a vilã criada por Adriana pode ser considerada uma das mais “perversas” dos últimos anos por transgredir a moral e os bons costumes e conseguir se safar por quase toda a novela perante os seus, exceto para a Nina, que a desmascarou no capítulo 100. No lapso de seu carisma e competência, Adriana Esteves puxou o foco para si e fez o público torcesse – e até mesmo se apaixonasse – pelo jeito Carminha de ser.

A atriz recebeu este presente após encarar a paleontóloga Júlia, da novela de Walcyr Carrasco, “Morde & Assopra” (2011), 

Antes de Júlia, pudemos comprovar sua versatilidade como Dalva de Oliveira, na minissérie de Maria Adelaide Amaral em “Dalva & Herivelto – uma canção de amor”, apresentada em 2010. Foram apenas cinco capítulos, mas, sem dúvidas, um dos seus melhores e mais emocionantes trabalhos na TV. Melhor ainda era se divertir com as loucuras e tremeliques de Celinha, no seriado “Toma Lá Dá Cá” (Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa), exibido em 2008.

A primeira aparição de Adriana Esteves na TV foi como figurante na novela “Vale Tudo” (Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Basséres, 1988). Depois, apareceu no quadro “Controle Remoto”, do Domingão do Faustão, como uma espécie de apresentadora. No mesmo ano, entrou no concurso pra conseguir um papel em “Top Model” (Antônio Calmon e Walter Negrão, 1989), perdendo o posto para Flávia Alessandra. Conta-se à boca miúda,  que caiu uma chuva de fim do mundo no dia da final do concurso e Adriana e Gabriela Duarte não conseguiram chegar no estúdio (e isso é verdade como já foi confirmado por Adriana, Gabriela, Faustão, e foi matéria no Vídeo Show - detesto imprensa com mente suja), mas, enfim, Flávia foi a vencedora. Adriana assumiu Tininha, namorada do Elvis (Marcelo Faria), uma personagem com típicos conflitos da adolescência (e q teve muito mais destaque que a Tânia, vivida pela Flávia - até hoje não entendi muito isso, só sei que isso prova que o resultado daquele concurso foi meio estranho. Se Flávia ganhou, porque ela não ficou com o papel de Olívia (Gabriela) ou de Tininha (Adriana)?). A atriz chamou a atenção do diretor Paulo Ubiratan que a escalou para a novela “Meu Bem Meu Mal” (Cassiano Gabus Mendes, 1991, 20h), onde viveu a personagem Patrícia, num papel que foi crescendo com o tempo. A personagem era movida por uma vingança, transitava pelo núcleo principal da história e conseguiu chamar toda a atenção para si e rendendo-lhe um papel ainda mais importante na novela seguinte,  “Pedra sobre Pedra” (Aguinaldo Silva, 1992, 20h), e nela, Marina Batista, sua personagem, era uma Julieta do sertão nordestino e a personagem serviu para mantê-la no alto escalão global.

Mas, como nem tudo são flores, a atriz não teve muita sorte em “Renascer” (Benedito Ruy Barbosa, 1993, 20h), sendo massacrada pela crítica e até mesmo pelo autor Benedito Ruy Barbosa e direção de Luiz Fernando Carvalho que não souberam dar o tom que sua personagem pedia. Mariana chegava na história para “se meter” no amor do José Inocêncio (Antônio Fagundes) com Maria Santa (Patrícia França), que havia encantado o pais e era tido como sacrossanto, despertando, assim, o ódio de todos os telespectadores. Ele, agora viúvo, se apaixonava por ela, que na verdade estava ali para se vingar. Com isso, a repulsa foi grande e o autor só soube minguar a personagem fazendo com que se perdesse da metade para o fim.  

Isso culminou com uma crise existencial da atriz que ainda participou da minissérie Decadência” (Dias Gomes, 1995) e depois chegou a trabalhar no SBT, sendo a protagonista de “Razão de Viver” (Analy Pinto e Zeno Wilde, SBT, 1996), mas voltando à Globo em seguida para protagonizar “A Indomada” (Aguinaldo Silva, 1997, 20h), pelas mãos de Paulo Ubiratan e Aguinaldo Silva, que tanto apostavam no talento da garota. Embora sua personagem não tenha encontrado tanto destaque, já que a novela foi mesmo de Eva Wilma com sua Altiva, o trabalho rendeu à Adriana um novo momento que firmou sua carreira. A grande retomada de seu talento veio com Sandrinha em “Torre de Babel” (Sílvio de Abreu, 1998, 20h). A espivitada personagem acabou sendo revelada no último capítulo como a responsável pela explosão do shopping. Após “Torre de Babel” a consagração veio com a geniosa Catarina Batista, de “O Cravo e a Rosa” (Walcyr Carrasco, 2000, 18h), depois Amelinha, de “Coração de Estudante” (Emanuel Jacobina, 2002, 18h) e Lola, de “Kubanacan” (Carlos Lombardi, 2003, 19h) onde a atriz soltou a voz de verdade ao interpretar uma cantora de cabaré. Seu último trabalho antes de “Avenida Brasil” em uma novela inteira foi em “A Lua Me Disse” (Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, 2004, 19h).

ps. não, a última novela da Adri antes de Avenida Brasil foi Morde & Assopra

Hoje com 42 anos e respeitada em todos os setores artísticos do país, Adriana Esteves sabe que é uma atriz madura, mas demonstra em suas entrevistas e depoimentos uma humildade que lhe é inerente mostrando estar sempre em busca da própria excelência. Cada papel é encarado como um desafio, notamos isso na composição apurada de seus tipos  e a atriz, tímida quando despida de suas personagens, nem demonstra o verdadeiro “monstro”, no melhor sentido da palavra que cresce a olhos vivos – e para nosso deleite – cada vez que entra em cena seja na televisão, no teatro ou no cinema    
http://www.teledossie.com.br/carmem-lucia-um-divisor-de-aguas/

J. Leão em disse:
Excelente texto!
Não é de agora que a Adriana mostra seu gigantismo. Ele já vinha sendo notado a tempos. Catarina Batista, sua primeira personagem que lembro acompanhar, foi um deleite e a dobradinha com o Moscovis fez da novela uma das melhores.
Amelinha, Lola, Sandrinha, Celinha e seu “tics”, Dalva e agora Carms. Todas estas fazem parte da minha vida dramatúrgica e como elas me fizeram bem. Carms é o cume do monte e de lá ela não sai.
Um viva e uma ode a Adriana!


Eddy Fernandes em disse:
Ótimo texto, Wats!
Muito bacana esse reconhecimento que a Carminha trouxe. Parece que ”descobriram” a Adriana.

Douglas Pereira em disse:
Adriana foi um tapa na cara de Benedito Ruy Barbosa e Luiz Fernando Carvalho. Bem feito! Ela mostrou que ela sabe atuar!






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