Adriana Esteves

Adriana Esteves
Nossa Estrela

domingo, 15 de julho de 2012

Entrevista antiga onde Adriana conta um pouco mais sobre Carminha



Confiram e se deleitem com a entrevista publicada na revista Moema & Campo Belo elaborada por Márcio Mello.


1. Você é uma atriz experiente e já fez vários trabalhos na TV. Mesmo com o texto de João Emanuel Carneiro já vir bem explicado, onde você foi buscar referências para compor a personagem?
Eu já tinha certas referências, a própria dramaturgia, os casos reais que a gente vê por aí e ainda tem o olhar do ator, que é extremamente observador. A partir do momento que colocam o desafio na minha mão, fico com os meus olhos e ouvidos completamente voltados para a personagem. Mas o meu desafio é o sempre de fazer melhor possível. Tudo o que me acontece pode me inspirar. Eu vi filmes, mas não posso citar porque eles são o que posso chamar de minha "joia rara". Se eu abrir a minha caixinha de surpresas, todos ficam sabendo de tudo. Um dia abro, provavelmente quando acabar a novela. Antes serve de acalento, de porto seguro. É a fonte de onde eu monto a minha personagem. Ela, como uma grande vilã, precisa da inteligência de quem escreve e de quem atua. Não é fácil fazer uma grande vilã. O trabalho é árduo e em equipe.

2.Você fala que o resultado da personagem se deve também ao trabalho em equipe. O que realmente destacaria de ponto alto nessa construção da Carminha?
Sem dúvida o trabalho é todo feito por uma equipe grande. Tive uma caracterização maravilhosa, uma figurinista de primeira ao meu lado. E tudo ajudou na criação da personagem. A motivação da Carminha é a maldade. É difícil a traduzir usando apenas uma palavra, uma frase.



3. Além de Débora Falabella, você passa boa parte das cenas da novela contracenando com Marcelo Novaes, que dá vida ao Max. Ele é o grande parceiro de vilania de Carminha?
O Marcelo é um parceiro de vida. Na trama, a Carminha e o Max se conhecem desde pequenos, numa pobreza, numa miséria grande, em todos os sentidos. Eles sobrevivem a isso tudo e formam quase um pacto. Os dois são unidos, mas a Carminha é esperta e tenta tirar proveito, em relação a ele, em certas situações. Mas os dois são parceiros de vida. Essa novela está sendo ótima e fico feliz porque estou trabalhando com um mega amigo que é o Murilo Benício, que também a primeira vez que contraceno.

4. Em "Avenida Brasil" Carminha é dissimulada, má e não mede esforços para alcançar seus objetivos. Você está preparada para ser parada nas ruas e ouvir muitas reclamações dos fãs, no bom sentido, por conta das maldades da personagem?
Estou sim! E, sinceramente, é isso que quero. Com o desenvolver da trama é que as coisas vão acontecendo. Só vivendo mesmo o dia a dia para saber como será a reação do público.

5. Apesar de Carminha ser a grande vilã da história, ela tem um traço de humor e também um lado bom, verdadeiro, ao se aproximar de Nina, demonstrando gostar da empregada. Ou seja, a personagem tem seu lado bom?
Ela tem humor, tem boas tiradas, é esperta e sempre está ligada em tudo. Acho que o humor está ligado a uma coisa que é trágica, engraçada mesmo. A Carminha tem inteligência, é ardilosa e tem humor como qualquer pessoa inteligente. Ainda não existem bordões, mas isso pode surgir com o tempo. Ela é uma personagem rica de ser trabalhada e espero que caia no gosto do público. Quero que eles a assistam todos os dias. Mas é preciso entender que as maldades da Carminha estão ligadas a questão de sobrevivência dela, de onde ela veio. Ela é uma sobrevivente de toda sua história de vida.

6. Personagens como a que você vem interpretando em "Avenida Brasil" exige bastante do ator. É difícil se desligar de um trabalho com uma carga emocional tão grande? Você consegue se desligar de tudo e voltar para casa normalmente?
Eu desligo, sim. Num trabalho assim, o ator tem que dar o corpo. A minha profissão tem um mecanismo de defesa, de se desligar rápido do mundo do personagem ao chegar em casa. Até porque tenho uma família linda, um marido deslumbrante e tenho sim que me desligar dela.E nesse sentido é pesado, mas é a minha profissão e tenho que ter um mecanismo de defesa. Por isso, se desligar de tudo, assim que deixo o Projac, é importante.

7. Por ser uma antagonista, ainda mais de uma novela do horário nobre, o ritmo de gravação é bem intenso. Você acredita que Carminha é a personagem que esteja lhe exigindo mais até hoje, se comparada com tantas outras que você já fez?
Não sei te dizer se é a que mais exige. Porém, está puxado. Se me perguntar se estou gostando? Estou adorando! Tenho que imaginar coisas difíceis, coisas essas que a gente queira fugir, que não gosta nem de pensar, nem de imaginar. E faço isso para dar vida a Carminha. Mergulho fundo no mundo dela e estou disposta dar a cara para isso. Estou disposta mesmo a prestar atenção nisso. Não quero colocar nada para baixo do tapete, mas te respondendo, nesse sentido é pesado. 

8. Você tem 23 anos de profissão e personagens marcantes nos folhetins. Faltava ainda fazer a grande vilã da trama do horário nobre?
As coisas vêm muito para minha mão. É impressionante como eu sou uma pessoa de sorte. Tenho sido convidada para grandes presentes como foi a "Dalva e Herivelto - Um Canção de Amor" e este agora. Sei que o mérito também é meu, porque lutei muito para chegar e estar aqui hoje. Vislumbrei sempre coisas boas para a minha carreira, com um olhar lá na frente. Não tenho viabilizado projetos e o povo me dá as coisas. Acredito que a minha luta e um pouco de sorte fizeram com que eu ganhasse todos esses presentes na minha carreira.

9. Então podemos dizer que Carminha é a grande personagem de sua carreira?
Sempre acho que o atual é o mais difícil. Mas falo de coração: nos 23 anos de profissão, até agora ela foi a que encontrei maior dificuldade.







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